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“O Velho... na porta da Colombo
É um assombro! Sassaricando”
Em tempos de fast-food’s e self-service’s, pouca gente lembra que o Centro do Rio já viveu dias de muito glamour, quando o chique era tomar o “five-o’clock tea” nas inúmeras confeitarias, cafés e leiterias que existiam na cidade.

Era a ocasião da Belle Époque, que no Brasil aconteceu dos finais do século XIX ao fim da Primeira Guerra Mundial. O período consagrou os dandies (por aqui também chamados de ‘almofadinhas’), o footing, o art-nouveau e os “cafés-literários”.
Casas de chá e restaurantes como Pascoal, Castelões, Londres, Cailteau e Glacier disputavam a clientela elegante das ruas do Ouvidor e Gonçalves Dias.
Quase todas as confeitarias da Belle Époque sucumbiram aos tempos modernos. As poucas que ainda existem, como a Colombo, a Cavé e a Manon, ainda procuram oferecer um pouco do espírito sofisticado daquela época.
Hoje vamos falar da mais tradicional confeitaria do Rio, que, com 116 anos de história, continua enchendo os olhos (e estômagos) de cariocas e turistas, que se encantam com sua decoração.

 Evolução da fachada principal
A Confeitaria Colombo foi inaugurada em 17 de setembro de 1894, na Rua Gonçalves Dias, por dois comerciantes portugueses: Manoel Lebrão e Joaquim Borges de Meireles.
A casa, chamada inicialmente de Pâtisserie Colombo, além de funcionar como confeitaria, dedicava-se também ao refino de açúcar. Em 1918, é criada a Fábrica Colombo, que se notabilizou pela produção do famoso creme de arroz.
O aspecto da Confeitaria era bastante diferente ao de hoje: “Consistia numa sala de reduzidas dimensões e mesinhas também pequenas. Sobre as paredes, além de pinturas a óleo pobres de gosto e de valor, havia espelhos. Não os que até hoje adornam o salão, mas alguns de formato comum e tamanho exíguo”.(1)
Sua aparência atual data de 1913, quando uma reforma assegurou uma atmosfera art nouveau. O salão de chá no segundo andar foi construído em 1922.

Durante décadas, a Colombo reuniu a fina flor da sociedade carioca: homens elegantes de fraque, bengala, luvas, fartos bigodes e monóculos e mulheres vestindo longas saias, espartilhos e chapéus.
A confeitaria foi também palco de calorosas reuniões literárias e políticas do início do século XX, chegou a ser conhecida como “sucursal da Academia Brasileira de Letras”. Seus mais famosos freqüentadores eram Chiquinha Gonzaga, Olavo Bilac, Machado de Assis, Rui Barbosa, João do Rio, José do Patrocínio, Coelho Neto, entre outros.
DECORAÇÃO
 Detalhes
No entanto, a maior riqueza da Colombo é sua decoração interior: piso de ladrilhos portugueses, bancadas de mármore italiano, espelhos belgas, balcões e vitrines de jacarandá.
O teto impressiona pelos trabalhos em sancas e flores. Painéis nas paredes retratam figuras vestais, anjos e flores. A clarabóia de vidro decorado com motivos florais e anjos, em forma de leque, é típica do art nouveau.
As mesas têm pés de ferro fundido e tampos de mármore. As cadeiras são em estilo Luiz XV. Os móveis da Colombo foram desenhados pelo italiano Antonio Borsoi, mesmo autor da decoração do Cine Íris, na Rua da Carioca.



DELICIOSAS ATRAÇÕES
Outras atrações imbatíveis da Colombo são seus deliciosos salgados e doces, que fazem muita gente ficar indecisa nos balcões de jacarandá.
O biscoito leque é fabricado pela casa desde 1920. A rivadávia, uma espécie de pão-de-ló, foi criada em 1930 em homenagem a Rivadávia Corrêa. O camarão recheado, lançado em 1910, continua sendo um dos carros-chefes da Colombo.
Há também os casadinhos, pingo de tocha, pastel de nata, trouxinha de ovos, ovos moles, petit four, sanduichinhos de pão de forma, pão vienense, pão Blumenau, maravilha de camarão, sorvete cup fio de ouro, torrada Petrópolis e pastel de carne, éclairs, mil folhas, folhados de morango, tarteletes e viradinhos de morango, entre outras guloseimas.


Por Leo Ladeira
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>> SERVIÇO <<
Confeitaria Colombo
Rua Gonçalves Dias, 32, Centro
Tel: 2232-2300
de segunda a sexta-feira, das 08:30h às 19:00h
sábabos e feriados, das 08:30h às 17:00h.
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Notas:
(1) - Rio Antigo – Roteiro Turístico-Cultural do Centro da Cidade – 1979. Página 61.
Fontes de Referência:
• A Vida Brasileira no Final do Século XIX – Delso Renault.
• Meio Século de Vida Musical no Rio de Janeiro – Carlos Wehrs.
• Rio Antigo - Turístico-Cultural do Centro da Cidade – 1979.
• A Colombo na Vida do Rio – Lasinha Luis Carlos – 1970.
• O Rio de Janeiro do meu tempo. Vol.5 – Luiz Edmundo.
• Fotolog Saudades do Rio - Luiz Darcy
• Site Foi um Rio que passou – André Decourt
Fotos recentes da Colombo: Leo Ladeira |
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