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Acertando os Ponteiros da História
Pense rápido: Qual é o símbolo-mor do bairro da Glória? A Igreja de N.S.da Glória do Outeiro? O Hotel Glória? O antigo chafariz colonial? O monumento a Pedro Álvares Cabral? O monumento a São Sebastião? A Praça Paris?

Escolha difícil. No entanto, muitos moradores possuem grande afeição por um singelo reloginho que há muito tempo adorna as ruas do bairro.
O Relógio localiza-se na Rua da Glória, em frente à Rua Cândido Mendes. Para embelezar o bairro da Glória, dentro de seu programa de melhoramentos da cidade, o prefeito Pereira Passos mandou retirar a balaustrada de bronze que circundava a Praça Tiradentes, no Centro do Rio, e transferi-la para a Avenida Augusto Severo. O relógio teve a finalidade de arrematar o conjunto. A obra é considerada um dos marcos mais expressivos do desenvolvimento urbanístico do Rio de Janeiro no início do século XX.
O monumento é formado por uma coluna de gneiss de 7,5 m, encimada por um relógio de quatro faces, com mostradores luminosos. Sua base é quadrangular, com laterais projetadas. A coluna cilíndrica, em granito, é ornada por dois cordões perolados. A balaustrada delimitava a antiga localização da Praia da Glória.
O relógio, inaugurado a 15 de abril de 1905, está localizado sobre um capitel retangular com meia luz e meia flor em seus centros. Na base encontra-se uma placa com as armas da cidade e quatro florões ao canto. A Companhia de Ferro Carril do Jardim Botânico foi quem proporcionou a iluminação do monumento.


o Relógio em duas décadas diferente (40 e 50)
A máquina do relógio é francesa e foi instalada pelo relojoeiro alemão Frederich Krussman. Em 1980 o relógio foi quebrado. Um relojoeiro se ofereceu a consertá-lo de graça, mas não obteve sucesso. O mecanismo foi retirado para o conserto. Perda de tempo: havia falta de informações técnicas sobre seu funcionamento. Vários relojoeiros tentaram consertá-lo. Contudo todos fracassaram. Em 1986, o reloginho foi finalmente restaurado.
Em 2007, a Prefeitura do Rio de Janeiro recuperou o mostrador do Relógio, substituindo o vidro externo por policarbonato. Naquele ano, vândalos haviam quebrado a peça com um pedaço de ferro.
O monumento é protegido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico-Cultural (INEPAC) e foi registrado em várias fotografias que contam a história do Rio.



Pedro Nava e o Relógio da Glória

O escritor e memorialista Pedro Nava, que morou mais de 40 anos na Rua da Glória, protestava veementemente contra o abandono e a deterioração dos monumentos do bairro, incluindo a depredação do chafariz, da amurada e do relógio. Na noite de 13 de maio de 1984, um senhor de avançada idade e fisionomia bem conhecida foi encontrado morto perto do Relógio da Glória. Era Pedro Nava, que se matou com um tiro perto do monumento. O motivo até hoje é obscuro.
Por Leo Ladeira.

Fontes de Consulta:
Arquivos INEPAC
Blog Saudades do Rio – O Clone
Blog Foi um Rio que Passou
Blog Rio de Janeiro que eu amo
Blog Textos de Thereza Pires |
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