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Símbolo da Modernidade Brasileira

Considerado nos anos 60 e 70 um dos mais efervescentes pólos culturais brasileiros, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro parece ter finalmente se livrado do estigma que lhe persegue há vinte anos: a madrugada de oito de julho de 1978. Naquela fatídica manhã, um violento incêndio de 30 minutos quase destruiu por completo a instituição. A estrutura do prédio não foi inteiramente abalada, mas a perda artística foi irreparável: desapareceram nas chamas obras de nomes como Picasso, Miró, Salvador Dali, Magritte, Portinari, Matisse, Guignard, Paul Klee, Lasar Segall, entre outros. Só do artista uruguaio Joaquim Torres-Garcia, cujas obras se encontravam em retrospectiva no museu, foram destruídas 80 peças. O motivo da tragédia nunca foi descoberto. Na ocasião, o incêndio foi atribuído a uma guimba de cigarro, mas houve até quem suspeitasse de atentado político, já que o museu era ponto de encontro de artistas de esquerda e vanguarda, como Hélio Oiticica e Gláuber Rocha.



Fundado por Raymundo Castro Maia em 1948, o MAM funcionou inicialmente em um local provisório, entre os pilotis do Ministério da Educação, atual Palácio Gustavo Capanema. A construção da sede própria foi iniciada em 1954, em uma área de 40 mil m², equivalente ao aterro da antiga Praia de Santa Luzia. O prédio do museu é de autoria de Affonso Eduardo Reidy, um dos ícones da arquitetura moderna brasileira e membro da histórica equipe que projetou o antigo Ministério da Educação. O edifício possui 130m de comprimento e 25m de largura e a inauguração oficial ocorreu em setembro de 1958, com a presença do presidente Juscelino Kubitscheck. Os jardins foram projetados por Burle Marx, que procurou integrar o museu à paisagem do redor e à Baía de Guanabara.


Juscelino Kubitschek desce a rampa do anexo ao lado do arquiteto Affonso Reidy, no MAM, em 1959
Desde seus primeiros anos de funcionamento, o MAM se destacou como ativo centro difusor de cultura. Os cursos e as oficinas-livres oferecidos pelo museu, ministrados por Fayga Ostrower, Aluisio Carvão e Ivan Serpa, chegaram a reunir mais de dois mil alunos. Nos anos 70, milhares de pessoas freqüentaram os Domingos de Criação, quando artistas consagrados e o público realizavam trabalhos coletivos nos pilotis. Por outro lado, a Cinemateca exibia ciclos de filmes de arte, publicava boletins e promovia debates e cursos de direção, história e crítica de cinema.
Após o incêndio, iniciou-se uma campanha nacional e internacional pela recuperação do prédio e a recomposição do acervo, mas o museu jamais seria o mesmo.

A instituição permaneceu fechada por quase uma década e um dos poucos alentos foi a doação da coleção Gilberto Chateaubriand, em 1993. Formada por quatro mil peças, a coleção é a mais significativa da arte moderna e contemporânea brasileira, com obras de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Portinari e Goeldi, entre outros.
Em 1992, durante a Conferência Rio-92, uma exposição realizada para a ocasião reuniu 70 mil pessoas em um mês. Ali dava-se o primeiro passo para o renascimento do museu, que depois disso voltou a atrair um grande número de espectadores nas exposições de Camille Claudel e da Coleção do argentino Eduardo Costantini, da qual faz parte a tela Abaporu, de Tarsila do Amaral.
Em 2010, depois de mais de 12 anos sem passar por uma grande reforma, o Museu de Arte Moderna entrou em obras, que contemplam trabalhos de impermeabilização, descupinização, segurança contra incêndio, recuperação de fachada, iluminação e pressurização da rede de esgoto, entre outros.
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MAM - Foto Vicente de Mello

MAM - Foto Vicente de Mello

Fontes de Consulta:
Site oficial do Museu de Arte Moderna
Fotolog Saudades do Rio
Site Cronologia do Pensamento Urbano
"Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - Arquitetura e Construção" (Editora Cobogó). Isabel Diegues e Ricardo Sardenberg. |
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