Vozes do imaginário: escultores de Sergipe
rioecultura : EXPO Vozes do imaginário: escultores de Sergipe : Sala do Artista Popular - Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP)
Compartilhar
Abertura: 2 de julho de 2009
Encerramento: 9 de agosto de 2009

Beto Ribeiro (Humberto Alves Ribeiro), André T.D. (André Torres Dias), Liliu (Ademilson Marcos dos Santos), Pinto Santeiro (Antônio Tavares dos Santos), Mestre Tonho (Antonio Francisco da Silva) e Zé do Chalé Filho (Zacarias dos Santos) atualizam a tradição da escultura em madeira que, desde os tempos coloniais, tem presença marcante em Sergipe em talhas, altares e imagens de igrejas construídas no período. A eles juntam-se tantos outros como Zeus (Jorge Alves Siqueira), Véio (Cícero Alves dos Santos) e Zé do Chalé (José Cândido dos Santos), que, em épocas distintas, também expuseram sua arte na Sala do Artista Popular do CNFCP.

As obras que criam são, em sua maioria, figurativas e retratam o universo do trabalho e das festas, personagens do cotidiano, imagens religiosas, seres fantásticos, antropofágicos ou mitológicos. Figuras que se fazem porta-vozes da verdade da vida de cada um deles, ou melhor, que são a própria verdade de suas vidas. Os trabalhos são testemunhos da excelência do fazer popular no estado e expressam a inesgotável capacidade de criação desses artistas, tornando perene a escultura em Sergipe.



Beto Ribeiro é natural da localidade de Lagoa Funda, sertão sergipano. Por meio de sua arte procura exprimir sua inconformidade contra as agressões ao meio ambiente e o desamparo das famílias nordestinas que sofrem com a seca, imagens que o perseguem desde criança. Aborda também temáticas ligadas aos universos do sagrado e do urbano, como nas representantes de Santa Terezinha e na peça “Meninos cheirando cola.” Beto Ribeiro é agente penitenciário e para ele a arte “é um alívio para as tensões do dia-a-dia.”

Nascido na cidade de São Cristóvão, André T.D. tem na figura humana sua temática preferida; daí o predomínio do antropomorfismo em seus trabalhos, por vezes herméticos e surrealistas, permitindo diversas interpretações, múltiplos entendimentos. Os trabalhos revelam a inquietude e o desprendimento do artista ao criar obras inusitadas que traduzem animalismo, canibalismo, sedução e fertilidade. André frequentou cursos livres de escultura no Centro de Criatividade Governador João Alves Filho, em Aracaju, e é pedreiro de profissão, ofício que aprendeu com o pai, Francisco Pedro Dias.

Mazelas e sofrimentos que compõem a vida do homem no sertão sergipano constituem o universo de Liliu, natural de Midição, povoado dessa região. Figuras humanas, santos e animais são temáticas de sua obra, que revela sua identidade de sergipano, próxima de seu imaginário e cotidiano. Liliu é trabalhador rural e quando não está na roça, trabalha em sua oficina, próxima à sua casa.

Artista conhecido na capital Aracaju, Pinto Santeiro, natural do povoado Cruz Grande, tem no universo religioso fonte de inspiração para seus trabalhos. São imagens de santos e oratórios de inspiração barroca, que assumem atitudes e expressões regionais por força do processo criador do artista, impregnado de simbolismos. O artista já realizou várias exposições individuais e coletivas e possui obras expostas no Centro de Cultura e Arte de Sergipe. Santeiro é formado em Estudos Sociais e atualmente é professor na rede pública estadual.

Com temática ligada ao cangaço, ao sertão e ao universo sagrado, Mestre Tonho credita ao ofício de escultor papel fundamental para a melhoria de sua condição de vida. Como muitos sertanejos, passou por várias fases aflitivas. Natural de Maceió, aos três meses de idade mudou-se para Poço Redondo, em Sergipe, e, antes de se tornar artesão, trabalhou em fazendas na região. Mestre Tonho trabalha há mais de 20 anos com esculturas e já expôs seus trabalhos em vários locais do país como São Paulo e Brasília.

Zé do Chalé Filho nasceu na Caiçara, terra dos índios Xocó, no sertão de Sergipe, e mora em Aracaju, depois de a sua família peregrinar por várias cidades do estado. Foi ajudante do escultor Zé do Chalé, dando acabamento às peças que o pai esculpia e que, aos 103 anos, já não mais finalizava com o esmero que sempre caracterizou suas criações. Após a morte do pai, passou a assinar Zé do Chalé Filho, uma forma direta de manter o vínculo com ele, origem de seu trabalho. É barbeiro de profissão, e no mesmo local de trabalho talha as peças, de forma autodidata, repletas de simbolismos, que guardam profunda identidade com a obra do pai.

ABERTUA DA EXPOSIÇÂO E REINAUGURAÇÃO DA BIBLIOTECA AMADEU AMARAL
Local:
Sala do Artista Popular - Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP)
Rua do Catete, 179 e 181
Catete
(21) 2285-2545

Funcionamento:
de 3ª a 6ª feira, das 11h às 18h
Sábados, domingos e feriados, das 15h às 18h

Ingresso:
Entrada Franca

Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.