Le Corbusier – Entre dois mundos
rioecultura : EXPO Le Corbusier – Entre dois mundos : CAIXA Cultural Rio <br>[Unidade Almirante Barroso]
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Abertura: 27 de julho de 2009
Encerramento: 23 de agosto de 2009

Com curadoria do arquiteto francês Jacques Sbriglio, a exposição “Le Corbusier – Entre dois mundos” apresenta cerca de 120 obras originais produzidas por Charles-Edouard Jeanneret (ou Le Corbusier, como se tornou mais conhecido) em seus últimos 20 anos de vida (1945-1965).

São projetos de arquitetura, desenhos, pinturas, colagens, litografias, esculturas, tapeçarias, maquetes, livros e fotografias pertencentes à fundação que leva seu nome.



A escolha do período não foi casual. Entre 1945 e 1965, Le Corbusier produziu o que se convencionou chamar hoje de “obra da maturidade”. Foi a partir do fim da Segunda Guerra Mundial que sua produção sofreu significativo impacto com as grandes encomendas públicas e sua consequente consagração em nível internacional.

Para Jacques Sbriglio, há uma nítida diferença entre o Le Corbusier pré-guerra e o artista do pós-guerra: “Se os anos antes da guerra, principalmente as décadas de 30/40, confirmam um Le Corbusier teórico, de notoriedade internacional incontestável, os anos do pós-guerra correspondem à revelação de um grande criador.

É durante o último período de sua carreira que Le Corbusier criará suas obras-primas mais relevantes: a unidade habitacional de Marselha, a capela de Ronchamp, o convento de Tourette, os edifícios do Capitólio em Chandigarh na Índia...”.



Le Corbusier e o Brasil

“Para este grande viajante, existem lugares privilegiados no planeta, entre montanhas, planaltos e planícies com grandes rios que correm rumo ao mar. O Brasil é um desses lugares acolhedores e generosos que gostamos de poder considerar como um amigo” (Le Corbusier).

Le Corbusier (1887-1965) viajou e trabalhou em várias partes do mundo. De Marselha a Brasília, atuou no urbanismo, na arquitetura e nas artes plásticas. Os princípios fundamentais de sua obra foram decisivos para o desenvolvimento da arquitetura moderna brasileira.

Por onde passou, Le Corbusier (pseudônimo adotado ao se mudar, aos 29 anos, para Paris) deparou-se com estilos diversos, de épocas diferentes. De todas estas influências, captou aquilo que considerava essencial e atemporal. Para o curador Jacques Sbriglio, as duas vindas de Le Corbusier ao Brasil, em 1929 e em 1936, causaram visível impacto em sua obra: “O antes é o período ‘purista’, o das mansões parisienses, e o ‘racionalista’, do edifício Clarté ou Molitor. O depois é o período ‘brutalista’, com o concreto armado como sua matéria prima e todo um novo vocabulário arquitetural que se implanta, a partir da utilização do brise-soleil (quebra-sol), que se torna para Le Corbusier o ‘sexto ponto da arquitetura moderna’, após o pilotis, a planta livre, a fachada livre, a janela em fita e o terraço-jardim”.

Apesar de não ter participado diretamente da construção de Brasília, a capital federal foi um grande laboratório urbano do pensamento de Le Corbusier, já que aqui suas ideias utópicas de construções arquitetônicas contemporâneas aliadas a conceitos sociais tornaram-se realidade. Le Corbusier foi um dos primeiros arquitetos a compreender as transformações de um planejamento urbano sistemático e programado. Em sua perspectiva, essa ideia deveria consistir em grandes blocos de apartamentos assentados em pilotis, deixando o terreno fluir debaixo da construção, paisagem mais que típica do Plano Piloto de Brasília. Além disso, Le Corbusier concebeu diversos projetos de urbanização para o Brasil. Particularmente para a cidade do Rio de Janeiro, os projetos foram pensados conforme a topografia e o clima brasileiros, juntamente com as correntes artísticas e de pensamento desde os anos 20 até o começo da Segunda Guerra Mundial. Esta etapa de estudos e projetos anunciou a ruptura do caráter cartesiano encontrado na obra inicial do arquiteto. Na exposição do Brasil, assumem fundamental importância também os projetos da maturidade de Le Corbusier.
Local:
CAIXA Cultural Rio
[Unidade Almirante Barroso]

Avenida Almirante Barroso, 25
Centro
(21) 2544-4080

Funcionamento:
De 3ª feira a domingo, das 10h às 21h

Ingresso:
Entrada franca

Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.