Cadernos de Alice [Maria Lúcia Simões Lopes]
rioecultura : EXPO Cadernos de Alice [Maria Lúcia Simões Lopes] : Pequena Galeria
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Abertura: 27 de agosto de 2009
Encerramento: 17 de setembro de 2009

A menina vitoriana do Mundo das Maravilhas sempre esteve no pensamento da artista, que faz sua primeira individual no Brasil, após uma permanência de quase vinte anos nos Estados Unidos.

Em Cadernos de Alice, Maria Lucia Simões Lopes faz uma leitura da personagem muito mais virtual do que surreal, e a idéia de relacionar abstrato e figurativo remete ao princípio de complementariedade, e como onda e partícula, os dois brincam juntos, livres dos olhos newtonianos. “A minha pintura é sempre um auto-retrato do mundo, e quando pinto, o que me interessa na Alice é a provocação, são as camadas de cores e planos que vem à tona”. A mostra exibe nove trabalhos em acrílico sobre tela.

Lembranças da infância – Alice no País das Maravilhas vive no imaginário de Maria Lúcia Simões Lopes desde criança, quando herdou o livro da avó, com ilustrações em sépia e delicadas de Sir John Tenniel. “As vezes, chego a ouvir o tilintar das xicaras nos pirezinhos de porcelana”, revela a artista, que procura abordar a pintura de forma intencional e ao mesmo tempo lúdica, explorando idéias num território multidimensional, onde tudo é possível. “Pinto como se tivesse uma canção na ponta da língua, que sei mas não consigo me lembrar, se “entro no buraco do coelho”, as correntes subterrâneas me levam com certeza onde quero chegar.



O processo consiste, basicamente, em observar e fazer interferências, provocando o diálogo entre os vários elementos da pintura, o que me faz entender que a arte é uma espécie de tecelã que trabalha com meadas de realidade concreta e abstrata”.

Entre as telas da exposição, está No fundo do poço mora o sol - a cor terrosa na parte superior e os tons de azul na inferior, com casinhas a lápis, enroladas em fios, caindo "no buraco" alinham-se na base sobre um risco vermelho, como num espelho mágico. Let`s talk dá a sensação de um espaço imenso em volta de uma conversa imaginária entre Alice e Mad Hatter (o chapeleiro maluco). Em Alice, a personagem se encontra num espaço onírico, e como uma aparição de si mesma, olha-se no espelho, que reflete por sua vez um mundo de formas desconhecidas como charadas visuais. How do I look? mostra um universo azul onde a busca do sucesso contagia a própria Alice em “sépia", que observa a estátua do Oscar.

Caminho das Pedras enfatiza o enquadramento do coelho apressado no tempo que o escraviza, ele vê o mundo online. Em Nascimento da Forma, Alice é um ícone observando tudo de uma perspectiva puramente virtual. Show Time - a superfície é dividida em três planos totalmente independentes e ao mesmo tempo relacionados entre si, como janelas tecnológicas. Brincando de pegar na Terra do Abstrato fala da relação lúdica e mítica do artista com os blocos primordiais de construção. Para o diptico Hora do chá, que hora tão feliz a artista criou um plano de várias cores, onde o verde predomina, num jardim virtual. Sobre esse plano, pequenos blocos relacionados entre si, sugerem um contínuo chá das cinco.



Sobre Maria Lúcia Simões Lopes – Carioca, cresceu em Ipanema, estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde desenvolveu técnicas de rotogravura com Eduardo Sued e desenho com Aloísio Carvão. Em 1975, trabalhou com a dra. Nise da Silveira na Casa das Palmeiras, como arte terapeuta. Em 1993, já na California, onde vive até hoje, cursou Psicosíntese e fez residência na International Psychosynthesis, na cidade de Ojai.

Desde 1993, ministra diversos cursos de arte e criatividade na California, como a série Arte do Ser – Exercícios da Imaginação, baseada no conceito de que nada é mais sério do que uma brincadeira. Um dos objetivos destas oficinas é canalizar a habilidade do ser humano de construir, desconstruir e reconstruir sua realidade através da arte. Esse trabalho ganhou o reconhecimento de personalidades nos Estados Unidos, como as escritoras Mary Natwick e P.J. Curley, a artista Lea Zweir e a professora de arte Kate Russell.

Maria Lúcia começou a pintar em 1990 e desde então passa a maior parte do tempo no seu atelier recebendo profissionais e amigos interessados nas suas telas.
Local:
Pequena Galeria
Rua da Assembléia, 10
Subsolo
Centro
(21) 2531-2000 Ramal 236

Funcionamento:
De 2ª a 6ª feira, das 12h às 19h

Ingresso:
Entrada franca

Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.