Galvão
rioecultura : EXPO Galvão : Marcia Barroso do Amaral Galeria de Arte
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Abertura: 25 de agosto de 2009
Encerramento: 19 de setembro de 2009

Esta nova série feita pelo artista traz uma inovação em seu trabalho: a utilização de formas circulares, de diferentes tamanhos. “São círculos que brotam dos quadrados”, explica Galvão. Além disso, o artista dá continuidade à pesquisa iniciada em 2005, onde passou a criar ângulos, “inclinando” alguns blocos de madeira, “extrapolando e saindo dos limites da estrutura”. “Essa exposição traz trabalhos novos, que enfatizam o ângulo e as formas circulares”, ressalta o artista.

O crítico Leonel Kaz relaciona o trabalho de Galvão às formas arredondadas encontradas no barroco brasileiro, em particular no interior do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, construído em 1640. Ele observa que “tivemos que esperar a chegada do século XX para descobrir que a criação de formas sinuosas, sensuais, poderia se dar com a linha reta”. Para Kaz, a obra de Galvão “se apropria da mesma marotice dos anjinhos barrocos do Mosteiro de São Bento e, com estranha sinuosidade, nos convida a esse ziguezagueante percurso do olhar, por entre formas em que madeiras naturais ou revestidas de cores abstraem-se de si mesmas para tornarem-se luz”.



Apesar das cores fortes presentes em seu trabalho, Galvão diz que seu pensamento é contrário ao de um pintor. “O tema do pintor são as cores, o meu não. A cor é um elemento a mais no meu trabalho. O que mais me interessa é a estrutura e o volume da obra. A questão da cor vem depois”, explica o artista.

Galvão mantém uma coerência em sua trajetória de quase 40 anos, trabalhando relevos em madeira, ora natural, ora pintada. “Procuro criar estruturas e estruturar um tema”, diz o artista.

Ele participa de todos os processos de feitura de suas obras, em seu ateliê em Nova Friburgo. Ao lado de cinco assistentes, o artista está envolvido em todas as etapas do trabalho. “Obras de arte refletem seus criadores. Galvão é um raro homo faber de nossa época – aquele que põe a mão na massa”, lembra Leonel Kaz.



Em 2004, Galvão fez a individual “L´Âme du Géomètre”, em sua galeria de Paris, a Syrus, quando foi procurado pelo artista Carmelo Arden Quin, um dos fundadores do movimento construtivo MADI (Movimento, Abstração, Dimensão, Invenção, formalizado em 1946, na Argentina), que via grande relação com as preocupações espaciais de Galvão. A partir daí, Galvão passou a ser chamado para todas as mostras do grupo, muito ativo internacionalmente. Assim, em 2005, integrou a coletiva “Arte MADI”, na Galeria MultiArte, em Fortaleza, e a exposição inaugural do moderníssimo Museu MADI, em Sobral, no Ceará. “É claro que quando estudante conhecia as premissas do grupo MADI, mas não me sentia integrante, agora eles me adotaram...”, brinca o artista. Galvão ressalta que a arte construtiva é uma grande marca na América Latina, respeitada em todo o mundo, com grandes nomes. Em outubro, Galvão vai expor em Madri, na Galeria Marita Segovia.

A exposição na Márcia Barrozo do Amaral Galeria de Arte será acompanhada de um catálogo, com texto de Leonel Kaz e design de Ruth Freihof.



:: João Carlos Galvão ::

Nasceu no Rio de Janeiro em 1941, e começou seus primeiros estudos em pintura em 1951. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Brasil entre 1964 e 1966. Morou em Paris de 1967 a 1969, onde cursou, na Sorbonne, sociologia da arte com Jean Cassou, e freqüentou os ateliês de Sergio de Camargo, Victor Vasarely e Yvaral.

Suas exposições individuais recentes foram na Galeria Art To Design, Bolonha, Itália, em 2008; na Dan Galeria, São Paulo, também em 2008; Galerie Brasilia, Paris, em 2007; na Galeria Murilo Castro, Belo Horizonte, também em 2007; na Galerie Syrus, em Paris, em 2004/05 e no MuBE, São Paulo, em 2004. O artista também participou de três Bienais de São Paulo - 1967,1973 e 1975. Desde 2004 participa anualmente do “Realité Nouvele”, principal salão de arte de Paris.

Galvão já expôs cinco vezes na Marcia Barrozo do Amaral Galeria de Arte, em 1996, 1999, 2001, 2003 e 2005. Esta será a sexta exposição do artista na galeria.

Seu trabalho está presente em importantes coleções públicas e privadas no Brasil e no Exterior. Entre as coleções públicas, podemos destacar: Centre Cultural de I’Arsenal, Maubeug, na França; Museu Satoru Sato, Tome, no Japão; MOBIL MADI Museum, em Budapeste - Hungria; Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro; Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro; Museu de Arte Contemporânea, Niterói; Museu de Arte Moderna, São Paulo; Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte; Museu do Artista Brasileiro, Brasília; MuBE – Museu Brasileiro da Escultura, São Paulo e Museu MADI, Sobral, Ceará.

Local:
Marcia Barroso do Amaral Galeria de Arte
Avenida Atlântica, 4240 - ssl.129
Shopping Cassino Atlântico
Copacabana
(21) 2267-3747

Funcionamento:
De 2ª a 6ª feira, das 10h às 19h
Sábado, das 14h às 17h

Ingresso:
Entrada franca

Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.