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Theatro Municipal do Rio é reaberto oficialmente após dois anos em reformas
sexta-feira, 11 de junho de 2010
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Do lado de fora do Theatro Municipal ainda se ouve a serra trabalhando, mas o brilho dourado do telhado já desperta o encantamento de quem passa em frente ao prédio, que foi reaberto oficialmente ao público após mais de dois anos de reforma no dia 29 de maio de 2010, com a ópera "O Trovador".

A restauração - a quarta do teatro - é também uma das maiores obras em patrimônio histórico no Brasil e custou, até agora, R$ 64 milhões. Além do telhado, fachada, pinturas artísticas, douramento, lustres, palco e instalações elétricas e hidráulicas foram recuperados. Considerada uma das casas de espetáculos mais importantes do país e da América do Sul, o Municipal reavivou toda a modernidade de sua época de construção, em 1909, ao mesmo tempo em que se transformou em um teatro do século XXI.

- Restaurar é discutir qual momento do prédio você quer resgatar. Decidimos manter o aspecto atual - resume o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Carlos Fernando Andrade, que acompanhou toda a reforma. - Há uma dinâmica, um desafio de responder às necessidades da sociedade do século XXI em um prédio do início do século XX. Hoje você tem tecnologia, exigências, e a gente tem que se adaptar a elas.

Um exemplo de adptação é providenciar acesso aos deficientes físicos, destaca Andrade. Na avaliação do superintendente, as mudanças foram positivas e discutidas até se chegar a um consenso entre as equipes técnicas envolvidas na reforma.

- Foram mudanças benéficas ao teatro. Muita polêmica para chegar ao consenso. Mas, restaurar é uma decisão. A gente tem que prover o teatro de acessibilidade para portadores de necessidades especiais, por exemplo. E isso causa um dano, como quebrar uma parede. Esse tipo de decisão é que gera polêmica, questões que têm que ser discutidas. Outra coisa é a cabine de som. Foi feita uma nova. Para isso, foram retiradas cadeiras do balcão nobre. Entendemos que era importante recuá-lo para que desse mais espaço para a orquestra. Os banheiros, a gente melhorou o funcionamento. Eles já não eram originais - esclarece.

>> Tesouros escondidos <<

Theatro Municipal do Rio após as reformas - Além do voo da águia - que foi trazida do topo do Municipal para ser dourada com oito mil folhas de ouro 23 quilates - a reforma teve mais momentos especiais: a descoberta de duas obras valiosas. Um painel do italiano Eliseu Visconti, pintado há cem anos, estava atrás de uma parede desde 1935 e, esta semana, parte da partitura do Hino Nacional Brasileiro foi encontrada na fachada do prédio, debaixo de poeira e poluição. Porém, para o superintendente do Iphan, o maior tesouro é o próprio teatro.

- O teatro me emociona porque a gente sente o que foi o esforço dessa nação em produzir, há mais de cem anos, uma obra dessa natureza. É uma obra que é a cara do Rio e a cara da gente. O Municipal é simbólico desde a construção até a restauração. São dois momentos que marcam vivamente nossa cidade, estado e nação.

Quem vê o prédio pela primeira vez é capaz de sentir essa mesma paixão pelo Theatro Municipal. Moradora de Jacarepaguá, a estudante Thaís Pereira Bernardes, de 16 anos, que nunca tinha entrado no teatro, se encantou com a obra arquitetônica, ao passar em frente ao prédio, na Cinelândia.

- É lindo, muito lindo. Quero voltar e conhecer melhor, assistir a um espetáculo e trazer a minha família. Estou apaixonada - diz a menina, maravilhada.

Antes da reabertura ao público, o teatro teve uma noite para os patrocinadores da obra, quinta-feira, dia 27.05.2010.

Fonte: blog Sergio Cabral

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