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Jockey é tombado pela prefeitura e vira Apac
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
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RIO - Tombado pela prefeitura, o conjunto de imóveis conhecido como Vila Hípica, no Jockey Club Brasileiro, é agora a 33ª Área de Proteção do Ambiente Cultural (Apac) da cidade, conforme decreto do prefeito Eduardo Paes. A medida, publicada no Diário Oficial na última quinta-feira, amplia ainda mais a preservação da área e sepulta qualquer iniciativa que inclua demolição e descaracterização da vila. Entre os bens tombados estão as pistas de grama e areia utilizada para corrida de cavalos, a pista de areia usada para exercícios de corrida e a areia interna das pistas, conhecida como "Peão do prado".

Decreto põe fim a plano de construtoras

O decreto de Paes inviabiliza o projeto chamado Jockey Club Boulevard, que previa o uso de uma área de 124 mil metros quadrados pela construtora Odebrecht e pela Performance Imobiliária. A intenção era construir blocos de escritórios, um centro médico, além de um espaço de convenções e um deque com restaurantes e estabelecimentos culturais com vista para a Lagoa. Procurada pelo GLOBO, a Odebrecht informou, por meio de sua assessoria, que não iria comentar o decreto de tombamento e instituição da Apac.

O subsecretário municipal de Patrimônio, Washington Fajardo, disse que a escolha em instituir uma Apac e não apenas determinar o tombamento levou em conta ambiência cultural do conjunto urbanístico do Jockey.

— Não é somente o prédio. A preservação leva em conta as vilas, espaços e até as árvores — explicou Fajardo.

Para a presidente da Câmara Comunitária do Leblon, Evelyn Rosenzweig, a decisão do prefeito é prova da preservação definitiva da área.

— O adensamento é uma das nossas maiores preocupações, por causa do impacto viário — disse Evelyn. — Tombar apenas não seria a solução, porque poderia provocar a degradação.

Ao elaborar o decreto, o prefeito listou uma série de itens da legislação. Entre eles, o tombamento do espelho d’água da Lagoa Rodrigo de Freitas e dos bens culturais do Hipódromo da Gávea.

O documento lista também outros bens tombados, como o conjunto arquitetônico formado pela Vila Hípica, Vila Lagoa e Vila Tettersall, e o Hospital dos Cavalos, as bilheterias externas e também os três "castelos d’água" — reservatórios elevados — próximos às ruas Jardim Botânico e General Garzon e à Avenida Bartolomeu Mitre.

A primeira Apac criada na cidade foi o Corredor Cultural do Centro, em 1984. Em novembro deste ano a Câmara dos Vereadores aprovou uma proposta de Carlo Caiado (DEM) de tombamento, pelo valor histórico e arquitetônico, das cocheiras das vilas hípicas. A penúltima área transformada em Apac havia sido a do Humaitá, em 2006.

Nesta terça-feira, por meio de sua assessoria, o prefeito explicou que o tombamento do Jockey Club pela Câmara era institucional. Por isso, a estratégia foi vetar o projeto e elaborar o decreto.

Leia mais sobre esse assunto http://oglobo.globo.com/rio/jockey-tombado-pela-prefeitura-vira-apac-3442040

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