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Morre no Rio de Janeiro o ator e diretor Sérgio Britto
sábado, 17 de dezembro de 2011
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Aos 88 anos, morreu na manhã deste sábado no Hospital Copa D´Or, no Rio, o ator e diretor Sergio Britto. Um dos maiores ícones do teatro brasileiro, ele estava internado há cerca de um mês, por conta de problemas cardiorrespiratórios. O corpo de Sergio Britto deverá ser velado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, divulgou uma nota na manhã deste sábado lamentando a morte de Sérgio Britto: "Morre um dos maiores atores da história da dramaturgia brasileira. Culto, elegante, sarcástico, explorou todos os canais de comunicação para a sua arte. Entretanto, no teatro foi o maior. Decretarei luto por 3 dias à memória desse grande brasileiro".

Os primeiros passos no palco deste carioca nascido na Rua da Alfândega em 29 de junho de 1923 e crescido na Tijuca e em Vila Isabel, foram no Teatro Universitário, onde atuou em “Romeu e Julieta”. Mas foi outra peça de Shakeaspeare que marcou, para ele mesmo, seu início para valer: “Hamlet”, do Teatro do Estudante, estrelado por Sérgio Cardoso e que estreou em 6 de janeiro de 1948, quatro dias depois de sua formação como médico — profissão que não exerceria.

O sucesso do espetáculo resultou em outros, inclusive os do Teatro dos Doze, mas $para Sergio foi a ida para São Paulo, em 1950.

Trabalhou nas companhias de Madalena Nicol, Maria Della Costa e no Teatro do Arena, no qual fez a primeira encenação em que se sentia se encontrando como ator: “Uma mulher e três palhaços”, de Marcel Achard, com direção de José Renato. Com Maria Della Costa fez outro papel marcante: o Delfim de “O canto da cotovia”, de Jean Anouilh.

Foi na companhia teatral da atriz que conheceu a amiga de quem estaria próximo para sempre: Fernanda Montenegro, sua parceira em “Com a pulga atrás da orelha”, de Feydeau, em 1955. Os dois ainda atuariam juntos no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), então já ao lado de Italo Rossi, formando uma trinca célebre.

Paralelamente aos palcos, $passariam a atuar na TV em 1956, no programa “Grande Teatro”, da TV Tupi, em que peças eram representadas ao vivo. Pelas contas de Sergio, foram 386 peças em nove anos, a maoria adaptada por Manoel Carlos. Apesar dessa grande experiência, o ator não chegou a ter muito destaque na era de ouro das telenovelas, integrando os elencos de, entre outras, “Escalada” (1975), “Paraíso” (1982) e “Pantanal” (1990).

Em 1959, de volta ao Rio, Sergio faria história ao lado de Italo, Fernanda, o marido desta, Fernando Torres, e Gianni Ratto com a companhia Teatro dos Sete. Da estreia com “O mambembe”, de Arthur Azevedo, no Teatro Municipal, ao encerramento das atividades, em 1966, foram vários espetáculos marcantes — entre eles “O beijo no asfalto” (1961), de Nelson Rodrigues.

O trio ainda faria sucessos juntos nos anos seguintes, mas ele daria uma guinada rumo ao experimentalismo na década de 1970, em trabalhos como “Tango”, “Missa leiga” e “Autos sacramentales”. Sua renovação constante o levaria, mais tarde, a ser dirigido duas vezes por Gerald Thomas e a sempre procurar novos encenadores, como Isabel Cavalcanti, por cujo espetáculo “A Última Gravação de Krapp/Ato sem Palavras 1” recebeu vários prêmios em 2009, inclusive o Faz Diferença, do GLOBO.

No ano passado, o ator lançou a autobiografia "O teatro e eu", em quie passa a limpo os 65 anos de carriera.

Sua última atuação, também no ano passado, foi em “Recordar é viver”.

Fonte: O GLOBO - Cultura - http://oglobo.globo.com/cultura/morre-no-rio-de-janeiro-ator-diretor-sergio-britto-3468719

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