Relicário [Vik Muniz]
rioecultura : EXPO Relicário [Vik Muniz] : Casa de Cultura Laura Alvim
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Abertura: 13 de outubro de 2010
Encerramento: 5 de dezembro 2010

Vik Muniz reúne em "Relicário" um conjunto de trabalhos que ele não mostra desde o início de sua carreira nas artes plásticas, há vinte anos.

São 30 objetos, alguns criados para a primeira mostra do artista em uma galeria, em 1989, em Nova York, quando a série foi intitulada "Relíquias", outros inéditos, cujos projetos datam de então, mas que Muniz não conseguiu realizar à época. As peças estão sendo produzidas em Carrara e Murano, na Itália, em Nova York e no Rio de Janeiro.

Um origami, feito de uma só folha de papel branco, reproduzindo um origamista, um crânio com nariz de palhaço, uma ampulheta com um tijolo dentro, substituindo a areia, um sarcófago feito de tuppenware, luvas de seis dedos, uma enciclopédia britânica de um só volume, uma bola de futebol murcha, uma tocha carbonizada, uma pluma de mármore Carrara, uma mesa de bonsai, um "fóssil" de um tanque de moto Honda CB 500 de 1972, uma mala de mármore preto belga com alça de couro - estes são algumas das obras desta mostra.

rioecultura : EXPO Relicário [Vik Muniz]

Os trabalhos são "engraçados", como descreve o artista. Eles tratam da identidade destes objetos em relação à sua função, sempre impregnados de humor levado a sério. Muniz considera que o humor e os gadgets "criam respostas físicas e perceptuais que seguram o espectador em frente da obra mais tempo do que o usual".

Integram "Relicário" exemplares da série Flora Industrialis - fotografias de flores artificiais, captadas e catalogadas por Muniz com rigor científico, o país fabricante e o tipo de material usado. São imagens de flores individuais sobre fundo escuro, dispostas de maneira emblemática, lembrando uma fotografia do século 19. Dificilmente o observador desavisado reconhece que são flores artificiais.

Vik Muniz passou a se dedicar à escultura depois de abandonar a carreira publicitária. Desistiu de lidar com "representação" do objeto e passou a criá-lo materialmente.

O artista tira os objetos do senso comum, dá-lhes interpretação polissêmica, cria um teatro de subversões no lado oposto ao do espectro de ilusão. Diz Muniz: "Quero fazer a pior ilusão possível, mas que, ainda assim, engane os olhos do espectador comum".

A imagem, para Vik Muniz, surge da "tensão entre os reinos da mente e da matéria, e ela é capaz de conectar a experiência de cada um com a de outras pessoas". Ele defende que o que separa a matéria do que se vê é "arte" e o artista é quem tem esta chave.

Vik afirma ter sempre interesse "nos espaços onde lógica e senso comum falham, criando oportunidade ao público para novas experiências", para o estranhamento em doses sutis.

"Relicário" tem texto de apresentação de Eugenio Valdés Figueiroa, director da Casa Daros.
Local:
Casa de Cultura Laura Alvim
Avenida Vieira Souto, 176
Ipanema
(21) 2267-1647

Funcionamento:
Verifique a programação do evento

Ingresso:
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Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.