Fendas [José Bechara]
rioecultura : EXPO Fendas [José Bechara] : Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM RJ)
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Abertura: 24 de novembro de 2010
Encerramento: 30 de janeiro de 2011

A exposição celebra 20 anos da trajetória de um dos mais reconhecidos artistas do panorama da arte contemporânea. A mostra reune um conjunto das obras mais representativas de José Bechara, em diálogo com trabalhos recentes e inéditos. “Fendas” ocupa com esculturas de grande e médio porte, pinturas, desenhos e fotografias, os três mil metros do Espaço Monumental do MAM Rio, no segundo andar do prédio projetado pelo arquiteto Affonso Reidy [1909-1964].

rioecultura : EXPO Fendas [José Bechara]

A exposição leva esse nome porque entendo que os diferentes conjuntos – desenho, pintura, escultura e fotografia – são pensados e produzidos a partir da experiência própria de cada trabalho. Pensar pintura pode abrir uma brecha para trabalhar em outro meio, por exemplo uma experiência escultórica, a partir de algum problema surgido no processo do trabalho. Dessas brechas, ou frestas, falava eu com o poeta e crítico Adolfo Montejo Navas quando ele sugeriu o uso da expressão ‘fendas’, que gostei”, conta José Bechara.

Ele afirma que sua experiência artística é movida “fundamentalmente pelo próprio trabalho,  suas possibilidades de sucesso e seus problemas insolúveis. Vem do resultado do pensar diário na coisa em si, seja no material que utilizarei para cobrir uma superfície, seja numa fina haste de madeira que rasgará uma certa quantidade de ar num dos cantos do ateliê”. Bechara observa, entretanto, que o acontece ao seu redor, “seja a experiência doméstica cotidiana ou a geopolítica” também se reflete no trabalho “já que me afeta”.

O artista faz no próprio local da exposição duas pinturas em vidro da série “Gelosia”, dispostas de maneira a relacionar “diferentes planos e um certo volume”. No centro do Espaço Monumental estará a inédita “Run”, uma imensa escultura, a concretização de um projeto concebido há seis anos. Ao contrário de outra escultura derivada desse mesmo projeto – a escultura “OK, OK Let´s Talk”, foi mostrada na Pinacoteca de São Paulo em 2006, e no Museu Espanhol de Arte Contemporânea Pátio Herreriano, em Valadollid, Espanha – “Run” está totalmente desestruturada em relação ao plano horizontal.

“Fendas” abrange desenhos antigos e nunca exibidos, como naturezas mortas feitas em 1991, e recentes, monocromáticos, em grandes dimensões. Ele mostra uma de suas recentes “esculturas gráficas”, uma derivação em três dimensões do desenho, e várias esculturas pequenas da série “Open House”. A mostra tem ainda um conjunto de fotografias da série “A Casa”, de 2002, durante sua residência em Faxinal do Céu, no Paraná.

Quero confrontar, colidir, trabalhos importantes desses 20 anos com experiências recentes”, afirma Bechara. É a terceira vez que ele expõe neste espaço do MAM, “mas nunca com produções tão diferentes”.

É a terceira vez em sua trajetória que ele expõe neste espaço, mas nunca com “produções tão diferentes”. “Quero confrontar, colidir, trabalhos importantes desses 20 anos com experiências recentes”, afirma Bechara.

Luiz Camillo Osório, curador do MAM Rio e da exposição, observa que “nas pinturas até meados dos anos 1990, a tensão acontecia no embate entre a pulsação temporal da ferrugem e a organização geométrica da forma na superfície da tela”. “A partir daí, ao sair do plano, o embate passa a se dar no atrito com o espaço arquitetônico, pela desestabilização da sua geometria ordenadora. Há um jogo intenso entre serialidade e singularidade, entre o dentro e o fora, entre a escala (monumental) e o afeto (íntimo)”.

Ele observa ainda que “um pouco de nossos desafios contemporâneos encontra-se nesta tensão, um tanto angustiada, mas sempre renovada, entre uma estruturação formal e uma individuação poética”. Como curador do MAM Rio, ele afirma que “são exposições assim, focadas e abrangentes, que nos darão um lugar relevante na história da arte contemporânea brasileira”.

Os arquitetos Pedro Rivera e Pedro Évora, do Studio-X Rio, estão colaborando com o projeto da exposição nos cálculos relativos à obra “Run”. Eles fizeram ainda a maquete do MAM que servirá para a imagem do convite da exposição.

rioecultura : EXPO Fendas [José Bechara]

PINTURA E ESCULTURA

Até 2002, quando participou da XXV Bienal de São Paulo, José Bechara estava dedicado somente à pintura. Naquele momento, dois grandes trabalhos “já flertavam com possibilidades para fora do plano da pintura”. A seguir, convidado para o projeto em Faxinal das Artes, no Paraná, ele realizou sua primeira experiência no campo da escultura. “Fiz ‘A casa’, e a partir daí iniciei uma série de outras experiências escultóricas em diferentes escalas e materiais”. Entretanto, ele não abandonou a pintura. “Ao contrário, algumas novas possibilidades foram incorporadas a minha pintura, materiais, paleta de cor etc”.

’Fendas’ deve portanto juntar conjuntos de diferentes meios, e a idéia é que dessa colisão, dessa mirada rápida, eu possa extrair sentidos e verificar os cruzamentos poéticos do conjunto do trabalho”.



Durante a exposição, ele lançará um catálogo com texto de Luiz Camillo Osório e design de Rara Dias. Em 2011, estão previstos um livro de 480 páginas, abrangendo toda sua trajetória, e uma nova edição ampliada de “Blefuscu” (Ed Dardo), acrescida de imagens e de texto inédito de Jacopo Crivelli Visconti.

José Bechara nasceu em 1957 no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha no Rio de Janeiro. Seus trabalhos estão em importantes coleções, como Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte Contemporânea de Niterói – Coleção João Satamini, Niterói, Brasil; Centre Pompidou, Paris,  França; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil; ASU Art Museum, Phoenix, EUA; Ella Fontanal Cisneros, Miami, EUA; MoLAA, Long Beach, EUA; Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, Brasil; Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba, Brasil; Caixa Geral de Depósitos (Culturgest) – Lisboa, Portugal; MARCO-Museo de Arte Contemporâneo de Vigo – Coleción Espacio Atlántico, Espanha; Es Baluard Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Palma, Palma de Mallorca, Espanha; Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, Pará (Governo do Estado do Pará ), Brasil; Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, Brasil; Stitfung Brasilea, Basel,  Suíça; Ana Luisa e Mariano Marcondes Ferraz, Rio de Janeiro, Brasil; Silvia e Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand, Rio de Janeiro, Brasil; Ricardo de Gouvêa Rego, Rio de Janeiro, Brasil; Andréa e José Olympio Pereira, São Paulo, Brasil; Genny e Selmo Nisenbaum, Rio de Janeiro, Brasil; Jennifer e David Stockman, Connecticut, EUA; Dulce e João Carlos Figueiredo Ferraz, São Paulo, Brasil; Alfredo Setúbal, São Paulo, Brasil.
Local:
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM RJ)
Av. Infante Dom Henrique, 85
Aterro do Flamengo
(21) 2240 4944

Funcionamento:
Segundas, terças e quartas: FECHADO
Quintas, sextas e sábados: das 10h às 18h
Domingos:
- das 11h às 18h (público em geral)
- das 10h às 11h (horário exclusivo para visitação de pessoas com deficiência intelectual, pessoas autistas ou com algum tipo de hipersensibilidade a estímulos visuais ou sonoros)
Feriados (exceto aos domingos): das 10h às 18h

Ingresso:
Gratuito. É possível apoiar a realização de projetos do museu por meio de sua contribuição voluntária, sugerida na bilheteria ou na compra online, antecipada.
Programa Agente MAM Rio: ao contribuir com R$ 190,00, você se torna Agente MAM Rio por um ano inteiro, com entrada gratuita e facilitada em exposições, mostras de filmes, palestras, cursos e programas socioeducativos.

Atenção: os horários e a programação podem ser alterados pelo local sem aviso prévio. Por isso, é recomendável confirmar as informações por telefone antes de sair.